sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – Recife 01/2010






Plataforma Brasil Holanda em parceria com Instituto Plataforma Brasil participam da homenagem ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – Recife 01/2010

Exposição “ANNE FRANK - uma história para hoje”

Galeria Regional do Nordeste – Banco do Nordeste do Brasil - Recife – PE

O Instituto Plataforma Brasil em parceria com a WZM Plataforma Brasil Holanda convida para a Exposição “Anne Frank – Uma História Para Hoje”.

A exposição mostra como um mundo melhor pode ser reflexo de atitudes individuais e corajosas frente às diversidades. Relacionando o cotidiano de horror da Segunda Guerra Mundial aos perigos da atualidade, e, também, a resistência de Anne Frank, sua família e amigos à luta pelo respeito aos Direitos Humanos.

Do dia 26 a 31 de janeiro e 20 de fevereiro a 31 de março de 2010



Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto leva o presidente Lula à Primeira Sinagoga das Américas.

Neste ano de 2010, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro, levará ao Recife, capital pernambucana, as maiores autoridades nacionais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita de Pernambuco são responsáveis pela organização do evento que vai reunir mais de 500 pessoas na Rua do Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus, onde está localizada a Primeira Sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, fundada no século 17.

A programação começa às 17h, com a realização de uma cerimônia religiosa, haverá ainda uma apresentação artística com violino e leituras poéticas. Paralelamente, serão inauguradas duas exposições internacionais que ocuparão dois imóveis vizinhos à Sinagoga, abrigando na antiga Rua dos Judeus uma parte importante dessa história que marcou o planeta. De acordo com o presidente da FIPE, Ivan Kelner, “nas duas mostras: “Desenhos das Crianças de Terezín” e “Anne Frank - Uma História para Hoje”, assim como em todo o evento, o objetivo é mostrar que a arte e a memória, juntas, transformam a tristeza num grito de beleza pela busca da paz”.

Em 2005, a ONU instituiu o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, como uma homenagem a ser realizada na data em que tropas soviéticas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz, Polônia, no ano de 1945. Nas palavras do escritor espanhol Sebastian Vivar Rodriguez: “Nós matamos seis milhões de judeus. Em Auschvitz queimamos cultura, pensamento, criatividade, capacidade. O povo judeu nos deu pessoas únicas e especiais, que mudaram o mundo. A influência é sentida em todos os aspectos da vida: ciências, artes, comércio internacional e mais que tudo; a consciência do mundo”.

“A cada ano, dedicamos o dia 27 de janeiro, entre outros momentos, para renovar nosso compromisso com a memória de milhões de vítimas do nazismo, uma barbárie que ocorreu em pleno século 20 e há apenas algumas décadas”, declara Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá comparecer pelo quinto ano consecutivo à cerimônia de 27 de janeiro. Autoridades políticas, sociais e religiosas, de diferentes tendências, também estarão presentes. Estarão no evento ainda alguns sobreviventes que moram hoje no Recife, como Pola Berenstein, Luiz Kano, Suzi Krautamer e Moisés Lederman. O jornalista e escritor Ben Abraham, que nasceu na Polônia em 1924 e sobreviveu aos campos de concentração durante a ocupação alemã em seu país e autor de vários livros sobre o Holocausto concederá uma entrevista coletiva no dia 26, um dia antes da realização da cerimônia oficial.

A Confederação Israelita do Brasil é a entidade de representação e coordenação da comunidade judaica brasileira, que reúne hoje cerca de 120 mil pessoas, com instituições organizadas em 14 estados do país.

Realizada em anos anteriores em São Paulo e no Rio de Janeiro, a cerimônia vai ocorrer na Sinagoga Kahal Zur (pronuncia-se tzur) Israel, por sugestão do próprio Lula.

Para a realização do evento, o espaço passou pela primeira reforma depois da sua reinauguração, em 18 de março de 2002, pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi nessa época que a Sinagoga recém-descoberta em pesquisas arqueológicas foi restaurada e transformada em centro cultural. Parte dos trabalhos já está concluída, mas o prédio passará ainda por uma segunda fase de obras, incluindo um projeto de acessibilidade, assinado pelo arquiteto José Luiz da Mota Menezes, também responsável pelas obras de restauração do prédio na época da reinauguração.

A primeira reforma da Sinagoga desde a sua reinauguração foi iniciada no final de 2009, exatamente 370 anos depois da sua construção original. De acordo com os historiadores, “em 1639, na rua construída pelos judeus, hoje Rua do Bom Jesus e antes chamada de Rua dos Judeus, é edificada uma sinagoga, a primeira das Américas”.

História - As obras para a reinauguração da Kahal Zur Israel em 2002 totalizaram um investimento de mais de R$ 1 milhão, montante liberado pelo Banco Safra, com apoio, também, do Ministério da Cultura e da Prefeitura da Cidade do Recife - PCR. O prédio havia sido demolido no início do século XX, dando lugar a um banco e, posteriormente, a uma casa de material elétrico. Durante o trabalho de recuperação do prédio, a equipe arqueológica removeu mais de 750 toneladas de terra e mil metros quadrados de reboco para descobrir a verdadeira configuração interna e identificar as mudanças ocorridas ao longo dos séculos.

Com o passar do tempo, o imóvel sofreu diversas intervenções em sua edificação, fazendo com que a reconstituição não ficasse exatamente como era no século 17. Como exemplo, não se chegou a definir a forma do telhado, bem como o tipo de forro da sala de reunião e da parede que foi demolida nos fundos dessa sala, considerada a principal do Templo.

Por outro lado, durante as escavações, foi descoberto um piso abaixo do nível da rua. As escavações revelaram oito níveis diferentes de pisos, por conta dos diversos aterros feitos para o assentamento da cidade. No trabalho, foi encontrado um farto material arqueológico, como fragmentos de cachimbos holandeses, ossos de animais e até faianças (louças de barro esmaltado trazidas pelos potugueses).

A principal descoberta foi uma cavidade com forma de piscina, encontrada no interior do imóvel. O local tinha a estrutura de um poço, feito de pedra sem argamassa, com 1,70 metro de profundidade e cerca de 70 centímetros de diâmetro. Dois meses após a descoberta, foi confirmado que a cavidade era um Mikvê, banheira usada em rituais de purificação, com as medidas de acordo com a tradição judaica. A confirmação só foi possível quando quatro rabinos vieram inspecionar o local.

A formação da comunidade judaica em Pernambuco ocorreu na primeira metade do século 17, graças a uma certa “liberdade religiosa” no governo de Maurício de Nassau. Com isso, houve uma grande migração judaica de 1637 a 1644, cessada com a restauração do regime português, que deu três meses para que a comunidade judaica do Recife fosse embora do País. A partir daí, boa parte dessa população instalou-se na América do Norte, na cidade que hoje chama-se Nova York.

Durante a estada no Recife, a comunidade - formada por 600 famílias – foi consolidada com a vinda do famoso líder religioso, o rabino Isaac Aboab da Fonseca, enviado pela Congregação de Amsterdã. Além da construção da primeira sinagoga, foram edificadas as escolas religiosas Talmud Torah e Etz Haym, como também um cemitério judeu, no bairro dos Coelhos.

Os judeus ibéricos que vieram à América fugidos da Inquisição encontraram em Pernambuco, então sob domínio holandês, um lugar com possibilidades de buscar uma nova vida. Excelentes comerciantes, eles ocuparam várias casas da Rua do Bom Jesus, antes conhecida como Rua dos Judeus, começando um próspero crescimento econômico local. Hoje são 450 famílias no Estado e a comunidade conta com uma escola israelita, cemitério, três sinagogas, instituições filantrópicas, grupo de jovens, grupo de dança e instituições culturais.

Desde a sua reinauguração, a Sinagoga Kahal Zur Israel passou a funcionar como centro cultural. O arquiteto responsável pela restauração, José Luís Menezes, explica que não faria muito sentido reconstruí-la para cunho religioso, uma vez que os demais imóveis da Rua do Bom Jesus têm novos usos. Assim, o objetivo principal ficou focado em reconstituir um espaço sagrado aos judeus e também de importância turística e cultural para todo o mundo.

Projeto Paralelos lança uma luz sobre a cultura da paz

As exposições “Desenhos das Crianças de Terezín” e “Anne Frank - Uma História para Hoje”, que serão inauguradas também no dia 27, fazem parte de uma iniciativa ainda mais abrangente, o projeto “Paralelos”. O objetivo da iniciativa é difundir a cultura da paz e uma nova forma de conviver com as diferenças. O projeto é composto por duas fases, a primeira contempla a realização das duas exposições, que permanecerão no Recife até o mês de março. A segunda fase, com data ainda a ser definida, terá mostra de filmes e ciclo de palestras, unindo a sociedade num debate que estará acontecendo, ao mesmo tempo, em diversos bairros da periferia, universidades, escolas, bibliotecas, etc.

Os desenhos das crianças de Terezín é um retrato dos sentimentos, sonhos e percepções da realidade retratadas por crianças de 10 a 15 anos que viviam no Campo de Concentração de Terezín, na antiga Tchecoslováquia. Sob a orientação do artista Fried Dicker-Brandejs, eles utilizavam todo o tipo de material possível para se expressar. Das 15 mil crianças que viveram no Campo de Terezín, apenas 100 sobreviveram aos horrores do nazismo. A exposição traz cerca de 70 quadros e funcionará na Casa da Fundação Safra, na Rua do Jesus, nº191, localizada ao lado da Sinagoga Kahal Zur Israel.

Já a exposição “Anne Frank – Uma História para Hoje” foi idealizada pela Fundação Museu Anne Frank, sediada em Amsterdam e foi inaugurada em outubro de 1996, em Viena, na Áustria e já passou por diversos países, entre os quais Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Polônia, Itália, Espanha, Portugal, Nova Zelândia, Equador, Curaçao, Panamá, Estados Unidos, Argentina, Bolívia e Chile. Atualmente são 40 versões lingüísticas percorrendo todo o mundo. A exposição tem caráter informativo e pedagógico. A história é contada através da perspectiva da família Frank e é relacionada à história do Holocausto a partir do relato de sobreviventes. A mostra ficará na Galeria Regional Nordeste MINC/BNB, na Rua do Bom Jesus, nº 237.

“Com esse trabalho, queremos proporcionar uma reflexão profunda e dialogar com a sociedade sobre novas formas de lidarmos com as nossas diferenças e conflitos, numa cultura de paz e respeito humanitário”, comenta o idealizador do projeto “Paralelos”, Germano Haiut.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Morre aos 100 anos mulher que ajudou Anne Frank


Como representantes do Anne Frank Huis no Brasil, anunciamos a seguinte notícia:


SÃO PAULO - Miep Gies, que ajudou a esconder a família de Anne Frank dos nazistas, morreu ontem aos 100 anos, informou o Museu Anne Frank. Maatje Mostart, porta-voz da entidade, disse que ela morreu depois de uma breve doença, mas não deu mais detalhes. Segundo a BBC, Gies havia sido internada em uma clínica após uma queda no mês passado. A holandesa era a única sobrevivente do grupo que conhecia o local onde os Franks se esconderam por 25 meses em Amsterdã, Holanda, durante a 2ª Guerra.

Gies, que era secretária do pai de Anne Frank, Otto, levou comida, jornais e outros objetos para a família da adolescente e outras quatro pessoas que também estavam no esconderijo, de 1942 a 1944. Depois que uma denúncia anônima levou os alemães à descoberta do esconderijo e à prisão dos Franks, Gies encontrou o diário de Anne, cujo conteúdo virou um dos livros mais lidos do mundo.

Ela escondeu o diário e outras anotações esperando que Anne voltasse, mas a adolescente morreu aos 15 anos de febre tifoide em um campo de concentração duas semanas antes de ele ser fechado. Gies entregou o diário ao pai de Anne, o único sobrevivente da família, que o publicou em 1947. Ela viajou pelo mundo para fazer campanha contra a negação do Holocausto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,morre-aos-100-anos-mulher-que-ajudou-anne-frank,494173,0.htm